Bio

• Primeiros Acordes.

Cesar Gabriel Berton, nascido em 25 de agosto de 1973, natural de São Bernardo do Campo (SP) - ABC paulista -, iniciou seus primeiros contatos com a música aos 11 anos quando teve as primeiras aulas particulares de violão com (Fernando Aquino Neves) que o inseriram-no nos estudos teóricos musicais e na prática da música popular brasileira. 

• O Rock.

Não durou muito tempo para fazer a escolha pela guitarra elétrica influenciado tanto pelo Blues (Delta e Chicago), pelas bandas de Hard Rock dos anos 70, Hendrix, e pelo movimento punk donde reconhece a proximidade do discurso do movimento com a realidade proletária vivida enquanto filho de metalúrgico no ABC Paulista. Foi à partir desse triângulo que soube equalizar raízes musicais - eletricidade - e ação política. 

• A Música de Concerto Europeia.

Já na adolescência foi atrás de mais informação musical matriculando-se no curso técnico em guitarra na "Fundação das Artes de São Caetano do Sul" (SP) (1989 a 1993). Ali teve contato profundo com o universo do jazz e com a Música de Concerto Europeia: Tendo aulas de guitarra, improvisação, história e harmonia jazzística (com Marcelo S. Gomes) ao mesmo tempo que adentrava nas técnicas de contraponto, análise, história e harmonia tradicional europeia. Toda essa vivência contribui para que a ideia da música, antes triádica, se apresentasse agora dentro destes vértices musicológicos de forma mais ampla e aprofundada.

• O Jazz, a Música Brasileira e a Música do Séc XX.

Com 20 anos, Já atuando dentro do mercado de trabalho em São Paulo como side man, arranjador, produtor e professor de música, novamente escolhe se afastar deste centro e ir buscar novas perspectivas de estudos musicais. Encontra-a no "Bacharelado em Música Popular da Universidade Estadual de Campinas" (UNICAMP) onde ficou de 1994 a 1997 tendo contato com todo o universo da pesquisa musicológica e da construção de valores críticos àquilo que já havia vivenciado até então. Toma um maior contato ali com a música do Séc XX de concerto (com os compositores Augusto Mannis, Lívio Tragtenberg e Almeida Prado) ao mesmo tempo que se vê imerso nos estudos da música brasileira - desde a "viola sertaneja" (com Ivan Vilela) à "Bossa Nova" - com Hilton Gogô Valente e Cyro Pereira). Nesse ponto todos os pontos se conectam. Agora todo o mundo era avistado a partir de um único vértice.

Nesse momento seu repertório ia de Miles Davis a Pixinguinha sem nenhuma barreira identitária. Retorna então à São Paulo onde atua como sideman de artistas como Kid Vinil e também Marcelo Nova (ex Camisa de Vênus), orquestras de baile e em grupos de música instrumental (Jazz Brasil). 

• A pesquisa.

Retorna à Campinas aos 30 anos para o curso de "Mestrado em Música" (sob coorientação do Prof. Dr. Marcos S. Cavalcante) enquanto paralelamente fazia estudos sobre jazz moderno com o Prof. guitarrista Aldo Landi (SP) e apresenta uma dissertação (2005) direcionada às possibilidades de sistematização de música popular pós-tonal: "Inventividade melódica: outras abordagens de análise, composição e improvisação em música popular moderna". 

(Download disponível na seção de CURSOS / TEXTOS ACADÊMICOS).

Ali assume-se como um musicólogo e inicia um processo de mais de uma década na busca de ferramentas para possíveis mapeamentos analíticos e composicionais aplicados à musica popular, improvisada e escrita publicando em diversos eventos acadêmicos nacionais e internacionais como, por exemplo, no "X congresso IASPM-LA" (2012 - Córdoba / Argentina); o "III Congresso Internacional das licenciaturas - III COINTER - PDVL2016, 2016" e  "XIV Congresso IASPM- LA" (2020 - Medelin /Colômbia) entre outros.    

• Atual. A reconstrução de tudo.

Em 2011 muda-se de estado, indo residir em Recife (PE) onde assume as cadeiras de guitarra na "Universidade Federal de Pernambuco - UFPE" (de 2011 a 2013) e "Instituto Federal de Pernambuco - IFPE" (de 2014 até hoje).

Foi em ali que começa a ter contato com as músicas brasileiras regionais pernambucanas (urbanas e rural) in loco. Principalmente quando participa e excursiona como o grupo "Circular Caxangá" (Sergio Godoy) e como produtor do disco "Sem Regresso" do cancionista e etnomusicólogo Carlos Sandroni.

Nessas experiencias toma contato com o Frevo (o qual inicia uma pesquisa a respeito das estruturas identitárias do gênero) e com praticas de música populares tradicionais como a cantoria de viola e o instrumento marimbau que o faz repensar todo o discurso identitário que havia obtido até então a respeito da guitarra elétrica e da música popular brasileira.

Também é nesse período que conhece o jovem multi-instrumentista e compositor Henrique Albino, cujo trabalho Berton reconhece todas as da possibilidade de intercomunicação já vividas: enxerga em suas peças as suas mesmas referências como Frank Zappa, Villa Lobos, Música Regional, Jazz, Música de Vanguarda, Rock e Pop e a este faz a encomenda das composições do projeto "ELETROSELVAGEM: 04 estudos de Guitarra elétrica e percussões".

(Para conhecer e ouvir, clique no botão da seção "ELETROSELVAGEM").

• Educação.

De forma paralela Cesar G. Berton hoje atua como educador (instrumento e harmonia) nos cursos "Licenciatura em música: com ênfase no instrumento" do IFPE / Campus Belo Jardim (Agreste pernambucano/PE) e da "Pós Graduação em práticas interpretativas em frevo" do Campus Recife (PE).

Também é vice-líder do Grupo de Pesquisa (CAPEs) "Música, Ensino e Performance" onde coordena o projeto de pesquisa "Estudo de repertório: Frevo - Sistemas e modelos" e integra ainda os grupos de pesquisa "Praticas Culturais, Música e Sociedade" e "GPPEAGE-UFPB". 

(Para ter acesso aos materiais didáticos (podcasts, vídeo-aulas e textos, clique no botão da seção "CURSOS").